UMBERTO ECO

O Fascismo Eterno

Umberto Eco

Em abril de 1995, Umberto Eco foi conferencista convidado pela Universidade de Columbia para uma sessão comemorativa da vitória da Europa sobre o regime fascista responsável pela II Guerra Mundial. O texto dessa conferência foi publicado na revista “The New York Review of Books” no dia 22 de junho de 1995″ e ficou para a história como uma espécie de “sensor” para detetar o fascismo. A expressão ‘UR-Fascismo’, ou ‘fascismo eterno’ representa o perigo de ressurgimento de manifestações fascistas nos regimes políticos. Umberto Eco listou 14 caraterísticas típicas que, em conjunto ou separadamente, devem fazer soar o alarme. O texto, que é curto, é imperdível. Por isso, também tem lugar na Avenida dos Livros, para que nenhum leitor interessado perca a oportunidade de o ler, na língua inglesa ou na tradução espanhola. O professor italiano terminou a sua conferência com o aviso: “não podemos esquecer”. Hoje, os sinais do fascismo são demasiado evidentes…

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DISTOPIAS

DISTOPIAS


Brave New World / Admirável Mundo Novo

Aldous Huxley

Londres, 2540. A sociedade vive hipnotizada. A manipulação genética, a tecnologia e a pressão psicológica transformou ps cidadãos em robôs. Aldous Huxley alertou em 1932 para um facto simples: a tecnologia não é neutra por natureza, tudo depende do uso que dela se faz e não é garantido que esse uso seja benéfico ou bem intencionado. O único sinal de esperança é a sobrevivência se “selvagens”, isto é, pessoas que nasceram pela “forma normal”.
Através da Avenida dos Livros, pode obter, em PDF a versão original ou uma tradução portuguesa.


Ninety Eighty-Four / 1984

George Orwell

Entre as várias distopias à disposição do leitor, a novela “Ninety Eighty-Four”, de George Orwell, publicada em 1949, esquematiza os processos de controlo da atividade e do pensamento dos cidadãos, típicos dos regimes totalitários. Inspirado nos tiques do regime soviético (Stalin), Orwell antecipa o que poderá acontecer dentro de alguns anos. A distopia de Orwell pode estar datada, mas não perdeu a sua validade de aviso. Por algum motivo deu origem a um novo adjetivo: ‘orwelliano’ é o qualificativo que se passou a atribuir a qualquer esquema ou tique totalitário. Sobram interesses, tentações e ambições – suficientes para que tais esquemas e tiques surjam. É boa ideia revisitar esta novela.
Pode optar pela versão original ou por uma versão em língua portuguesa.


Animal Farm / O Triunfo dos Porcos

George Orwell

‘Animal Farm: A Fairy Story’, novela publicada em 1945, é uma caricatura realista do regime soviético. Sob a forma de fábula ou alegoria, George Orwell, narra a revolta dos animais da Manor Farm contra a gestão humana negligente. A vanguarda dos animais é assumida pelos porcos, que ascendem ao poder e criam uma nova sociedade. Depois de muitas peripécias, os animais deixam de conseguir distinguir entre os porcos que lideram a quinta e os humanos (antigos opressores).
Pode obter a versão original ou a versão portuguesa, que surgiu com o título ‘O Triunfo dos Porcos’



Der Prozess / O Processo / The Trial

Franz Kakfa

Tal como a novela ‘1984’ originou o adjetivo “orwelliano”, a novela Der Prozess, escrita em 1915 por Franz Kafka e publicada postumamente em 1925, criou o adjetivo ‘kafkiano’ que carateriza tudo o que é anormalmente demorado, complicado e injustificado. O Sr. Josef K., empregado bancário, é detido, libertado e advertido de que deverá permanecer à disposição do tribunal, sem que lhe seja dito qual é a suspeita ou acusação. A situação prolonga-se e afeta a vida pessoal de Josef. A situação vai de absurdo em absurdo e…a história acaba mal.
É possível obter aqui a versão em língua inglesa, bem como a versão em língua portuguesa.


We

Yevgeny Zamyatin

Não quero que ninguém queira por mim – quero ser eu a querer por mim própria“. Esta afirmação de ‘I-330’, a mulher rebelde da novela ‘We‘, explica o facto de o livro, escrito em 1921, apesar de ter circulado clandestinamente, não ter sido autorizado para publicação na Rússia de Stalin, em que a vontade individual tinha de ceder à vontade do partido. ‘We‘ descreve a vida num estado totalitário e merece um lugar de destaque na wall of fame das distopias. Zamyatin foi exilado duas vezes, a primeira em 1905 por ser bolchevique, a segunda em 1931, para escapar à perseguição do regime de Stalin. A saída do país foi autorizada por intercessão de Maximo Gorki. Escapou à prisão mas não escapou ao sofrimento e penúria em Paris, onde veio a falecer em 1937.

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AS ORIGENS DO TOTALITARISMO

As Origens do Totalitarismo

Hannah Arendt

Publicado pela primeira vez em 1951, o livro As Origens do Totalitarismo / The Origins of Totalitarism continua a ser referência para compreender a formação dos regimes totalitários, ou seja, os que recorrem a “meios de dominar e aterrorizar as pessoas a partir do seu próprio pensamento” (“means of dominating and terrorizing human beings from within“), o que representa um grau de opressão superior ao da ditadura.
Arendt ocupa-se especialmente dos regimes nazi de Hitler e soviético de Stalin e desenvolve temas como o antissemitismo, o colonialismo e o imperialismo. Para além do interesse histórico, o livro ajuda a detetar e perceber as manifestações atuais de racismo, imperialismo e totalitarismo.

Um pequeno documentário sobre Hannah Arendt (Programa ‘Literatura Aqui’, RTP, 2017)

Pode obter este livro em PDF na versão em língua inglesa ou na versão em língua portuguesa (tradução de Roberto Raposo).