YEVGENY ZAMATIN

Yevgeny Zamyatin

WE – a distopia que irritou o regime soviético

Não quero que ninguém queira por mim – quero ser eu a querer por mim própria“. Esta afirmação de ‘I-330’, a mulher rebelde da novela ‘We‘, explica o facto de o livro, escrito em 1921, apesar de ter circulado clandestinamente, não ter sido autorizado para publicação na Rússia de Stalin, em que a vontade individual tinha de ceder à vontade do partido. ‘We‘ descreve a vida num estado totalitário e merece um lugar de destaque na wall of fame das distopias. Yevgeny Zamyatin foi exilado duas vezes, a primeira em 1905 por ser bolchevique, a segunda em 1931, para escapar à perseguição do regime de Stalin. A saída do país foi autorizada por intercessão de Maximo Gorki. Escapou à prisão mas não escapou ao sofrimento e penúria em Paris, onde veio a falecer em 1937. Os seus vários ensaios sobre o papel da literatura foram reunidos e publicados em 1970 pela editora da Universidade de Chicago no livro ‘A Soviet Heretic‘. Num deles, escreveu: “A verdadeira literatura só existe se for criada, não por funcionários fiéis, mas por loucos, eremitas, heréticos, sonhadores, rebeldes e céticos“. A leitura dos dois livros ultrapassa o interesse histórico – ainda são atuais porque, como disse Bulgakov, “os manuscritos não ardem“.

A Soviet Heretic: Essays by Yevgeny Zamyatyin

DISTOPIAS

DISTOPIAS


Brave New World / Admirável Mundo Novo

Aldous Huxley

Londres, 2540. A sociedade vive hipnotizada. A manipulação genética, a tecnologia e a pressão psicológica transformou ps cidadãos em robôs. Aldous Huxley alertou em 1932 para um facto simples: a tecnologia não é neutra por natureza, tudo depende do uso que dela se faz e não é garantido que esse uso seja benéfico ou bem intencionado. O único sinal de esperança é a sobrevivência se “selvagens”, isto é, pessoas que nasceram pela “forma normal”.
Através da Avenida dos Livros, pode obter, em PDF a versão original ou uma tradução portuguesa.


Ninety Eighty-Four / 1984

George Orwell

Entre as várias distopias à disposição do leitor, a novela “Ninety Eighty-Four”, de George Orwell, publicada em 1949, esquematiza os processos de controlo da atividade e do pensamento dos cidadãos, típicos dos regimes totalitários. Inspirado nos tiques do regime soviético (Stalin), Orwell antecipa o que poderá acontecer dentro de alguns anos. A distopia de Orwell pode estar datada, mas não perdeu a sua validade de aviso. Por algum motivo deu origem a um novo adjetivo: ‘orwelliano’ é o qualificativo que se passou a atribuir a qualquer esquema ou tique totalitário. Sobram interesses, tentações e ambições – suficientes para que tais esquemas e tiques surjam. É boa ideia revisitar esta novela.
Pode optar pela versão original ou por uma versão em língua portuguesa.


Animal Farm / O Triunfo dos Porcos

George Orwell

‘Animal Farm: A Fairy Story’, novela publicada em 1945, é uma caricatura realista do regime soviético. Sob a forma de fábula ou alegoria, George Orwell, narra a revolta dos animais da Manor Farm contra a gestão humana negligente. A vanguarda dos animais é assumida pelos porcos, que ascendem ao poder e criam uma nova sociedade. Depois de muitas peripécias, os animais deixam de conseguir distinguir entre os porcos que lideram a quinta e os humanos (antigos opressores).
Pode obter a versão original ou a versão portuguesa, que surgiu com o título ‘O Triunfo dos Porcos’



Der Prozess / O Processo / The Trial

Franz Kakfa

Tal como a novela ‘1984’ originou o adjetivo “orwelliano”, a novela Der Prozess, escrita em 1915 por Franz Kafka e publicada postumamente em 1925, criou o adjetivo ‘kafkiano’ que carateriza tudo o que é anormalmente demorado, complicado e injustificado. O Sr. Josef K., empregado bancário, é detido, libertado e advertido de que deverá permanecer à disposição do tribunal, sem que lhe seja dito qual é a suspeita ou acusação. A situação prolonga-se e afeta a vida pessoal de Josef. A situação vai de absurdo em absurdo e…a história acaba mal.
É possível obter aqui a versão em língua inglesa, bem como a versão em língua portuguesa.


We

Yevgeny Zamyatin

Não quero que ninguém queira por mim – quero ser eu a querer por mim própria“. Esta afirmação de ‘I-330’, a mulher rebelde da novela ‘We‘, explica o facto de o livro, escrito em 1921, apesar de ter circulado clandestinamente, não ter sido autorizado para publicação na Rússia de Stalin, em que a vontade individual tinha de ceder à vontade do partido. ‘We‘ descreve a vida num estado totalitário e merece um lugar de destaque na wall of fame das distopias. Zamyatin foi exilado duas vezes, a primeira em 1905 por ser bolchevique, a segunda em 1931, para escapar à perseguição do regime de Stalin. A saída do país foi autorizada por intercessão de Maximo Gorki. Escapou à prisão mas não escapou ao sofrimento e penúria em Paris, onde veio a falecer em 1937.

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