O TALISMÃ

The Talisman

Walter Scott

Nos primórdios do chamado “romance histórico”, Walter Scott construiu uma narrativa sobre a terceira cruzada. Foi ele um dos responsáveis pela reputação de Saladino na Europa ocidental. O Talismã, publicado em 1825, enaltece o “espírito de cavalaria” do sultão. Séculos antes, já Dante, ao escrever A Divina Comédia (entre 1308 e 1321) tinha colocado Saladino no “limbo”, antecâmara do paraíso, entre outros “pagãos virtuosos”. É possível que a reputação de Saladino tenha sido mais elevada no Ocidente que entre o mundo muçulmano.
Para as gerações que leram os romances históricos de Walter Scott nos primeiros anos da juventude, voltar a ler não é uma repetição. A Avenida dos Livros proporciona a obtenção de uma versão digital (PDF) de uma edição da obra de Walter Scott, na língua original. Sem data, mas provavelmente da primeira metade do século XIX.

YEVGENY ZAMATIN

Yevgeny Zamyatin

WE – a distopia que irritou o regime soviético

Não quero que ninguém queira por mim – quero ser eu a querer por mim própria“. Esta afirmação de ‘I-330’, a mulher rebelde da novela ‘We‘, explica o facto de o livro, escrito em 1921, apesar de ter circulado clandestinamente, não ter sido autorizado para publicação na Rússia de Stalin, em que a vontade individual tinha de ceder à vontade do partido. ‘We‘ descreve a vida num estado totalitário e merece um lugar de destaque na wall of fame das distopias. Yevgeny Zamyatin foi exilado duas vezes, a primeira em 1905 por ser bolchevique, a segunda em 1931, para escapar à perseguição do regime de Stalin. A saída do país foi autorizada por intercessão de Maximo Gorki. Escapou à prisão mas não escapou ao sofrimento e penúria em Paris, onde veio a falecer em 1937. Os seus vários ensaios sobre o papel da literatura foram reunidos e publicados em 1970 pela editora da Universidade de Chicago no livro ‘A Soviet Heretic‘. Num deles, escreveu: “A verdadeira literatura só existe se for criada, não por funcionários fiéis, mas por loucos, eremitas, heréticos, sonhadores, rebeldes e céticos“. A leitura dos dois livros ultrapassa o interesse histórico – ainda são atuais porque, como disse Bulgakov, “os manuscritos não ardem“.

A Soviet Heretic: Essays by Yevgeny Zamyatyin

HELENA

Helena

Machado de Assis

“A voz da moça era trêmula; uma lágrima lhe brotou dos olhos, tão rápida que ela não teve tempo de a dissimular. Surpreendida nessa manifestação de sensibilidade, inexplicável talvez para o irmão, ergueu-se e procurou gracejar e rir. O riso parecia uma cristalização da lágrima, e o gracejo tinha ares de responso. Estácio não se iludiu; nada daquilo era claro, ou era tão claro como a carta. O olhar, severo e frio, interrogou mudamente a moça. Helena, que tivera tempo de se tranquilizar, voltou o rosto para a rua, e começou a rufar com os dedos na vidraça.”

O LIVRO DO DESASSOSSEGO

O livro do Desassossego

Fernando Pessoa

“Estou num dia em que me pesa, como uma entrada no cárcere, a monotonia de tudo. A monotonia de tudo não é, porém, senão a monotonia de mim. Cada rosto, ainda que seja o de quem vimos ontem, é outro hoje, pois que hoje não é ontem. Cada dia é o dia que é, e nunca houve outro igual no mundo. Só na nossa alma está a identidade — a identidade sentida, embora falsa, consigo mesma — pela qual tudo se assemelha e se simplifica. O mundo é coisas destacadas e arestas diferentes; mas, se somos míopes, é uma névoa insuficiente e contínua.”

VOO NOTURNO

Voo Noturno

Antoine de Saint-Exupéry

“Poderia ainda lutar, tentar a sua sorte: a fatalidade exterior não existe. Mas há uma fatalidade interior: há um momento em que nos sentimos vulneráveis; então, como uma vertigem, os erros atraem-nos. E foi num momento destes que sobre a sua cabeça brilharam, num rasgão da tempestade, como uma isca morta e no fundo duma armadilha, algumas estrelas. Ele pensou de fato que era uma cilada: vêem-se três estrelas num buraco, sobe-se ao seu encontro, depois já não se pode descer e lá se fica mordendo as estrelas. . . Mas a sua fome de luz era tal que Fabien subiu.”

DISTOPIAS

DISTOPIAS


Brave New World / Admirável Mundo Novo

Aldous Huxley

Londres, 2540. A sociedade vive hipnotizada. A manipulação genética, a tecnologia e a pressão psicológica transformou ps cidadãos em robôs. Aldous Huxley alertou em 1932 para um facto simples: a tecnologia não é neutra por natureza, tudo depende do uso que dela se faz e não é garantido que esse uso seja benéfico ou bem intencionado. O único sinal de esperança é a sobrevivência se “selvagens”, isto é, pessoas que nasceram pela “forma normal”.
Através da Avenida dos Livros, pode obter, em PDF a versão original ou uma tradução portuguesa.


Ninety Eighty-Four / 1984

George Orwell

Entre as várias distopias à disposição do leitor, a novela “Ninety Eighty-Four”, de George Orwell, publicada em 1949, esquematiza os processos de controlo da atividade e do pensamento dos cidadãos, típicos dos regimes totalitários. Inspirado nos tiques do regime soviético (Stalin), Orwell antecipa o que poderá acontecer dentro de alguns anos. A distopia de Orwell pode estar datada, mas não perdeu a sua validade de aviso. Por algum motivo deu origem a um novo adjetivo: ‘orwelliano’ é o qualificativo que se passou a atribuir a qualquer esquema ou tique totalitário. Sobram interesses, tentações e ambições – suficientes para que tais esquemas e tiques surjam. É boa ideia revisitar esta novela.
Pode optar pela versão original ou por uma versão em língua portuguesa.


Animal Farm / O Triunfo dos Porcos

George Orwell

‘Animal Farm: A Fairy Story’, novela publicada em 1945, é uma caricatura realista do regime soviético. Sob a forma de fábula ou alegoria, George Orwell, narra a revolta dos animais da Manor Farm contra a gestão humana negligente. A vanguarda dos animais é assumida pelos porcos, que ascendem ao poder e criam uma nova sociedade. Depois de muitas peripécias, os animais deixam de conseguir distinguir entre os porcos que lideram a quinta e os humanos (antigos opressores).
Pode obter a versão original ou a versão portuguesa, que surgiu com o título ‘O Triunfo dos Porcos’



Der Prozess / O Processo / The Trial

Franz Kakfa

Tal como a novela ‘1984’ originou o adjetivo “orwelliano”, a novela Der Prozess, escrita em 1915 por Franz Kafka e publicada postumamente em 1925, criou o adjetivo ‘kafkiano’ que carateriza tudo o que é anormalmente demorado, complicado e injustificado. O Sr. Josef K., empregado bancário, é detido, libertado e advertido de que deverá permanecer à disposição do tribunal, sem que lhe seja dito qual é a suspeita ou acusação. A situação prolonga-se e afeta a vida pessoal de Josef. A situação vai de absurdo em absurdo e…a história acaba mal.
É possível obter aqui a versão em língua inglesa, bem como a versão em língua portuguesa.


We

Yevgeny Zamyatin

Não quero que ninguém queira por mim – quero ser eu a querer por mim própria“. Esta afirmação de ‘I-330’, a mulher rebelde da novela ‘We‘, explica o facto de o livro, escrito em 1921, apesar de ter circulado clandestinamente, não ter sido autorizado para publicação na Rússia de Stalin, em que a vontade individual tinha de ceder à vontade do partido. ‘We‘ descreve a vida num estado totalitário e merece um lugar de destaque na wall of fame das distopias. Zamyatin foi exilado duas vezes, a primeira em 1905 por ser bolchevique, a segunda em 1931, para escapar à perseguição do regime de Stalin. A saída do país foi autorizada por intercessão de Maximo Gorki. Escapou à prisão mas não escapou ao sofrimento e penúria em Paris, onde veio a falecer em 1937.

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ALEXANDR PUSHKIN

A FILHA DO CAPITÃO

Alexander Pushkin

Nesta novela histórica publicada em 1836, Pushkin coloca o seu personagem (Pyotr) a lidar com o Yemelan Pugachev, o líder da revolta de 1773-1774. Pertencem a campos inimigos, mas a estima pessoal prevalece. Prisioneiro e libertado pelas tropas do insurgente, Pyotr acaba preso, acusado de traição pelas tropas de Catarina a Grande, deixando Masha, a sua apaixonada, em desespero.
Pushkin, de origem aristocrática, acabou exilado por causa das suas ideias revolucionárias.

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SYLVIA PLATH

THE BELL JAR

Sylvia Plath

Na única novela de Sylvia Plath, a ação decorre nos EUA, nos anos 50. Uma jovem inglesa ganha um concurso para um emprego como redatora convidada de uma revista feminina americana. A pressão da sociedade americana (na época da condenação do casal Rosenberg), leva a jovem à apatia e depressão. A inclinação de Sylvia Plath para a poesia nota-se ao longo do texto desta novela, em que não evitou usar expressões poéticas,
Devido ao seu caráter autobiográfico (Sylvia Plath foi redatora convidada da revista Mademoiselle), a novela só foi publicada em 1963 no Reino Unido sob o pseudónimo de Victoria Lucas. Nos EUA, só foi publicada em 1971.

A novela deu origem ao filme THE BELL JAR, realizado por Larry Peerce e lançado em 1979.

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